Contextos: Alunos/as

Unidade 9

Faixa 29

Boa tarde, como estão? Então, hoje vamos falar sobre política de saúde pública no país, começando a partir da época colonial. Na época do Brasil colônia—e só pra relembrar, essa época vai do descobrimento em 1500 até a independência em 1822— é... bem, na época do Brasil colônia, não havia nenhuma regulamentação na área de saúde. Os indígenas, os europeus e os africanos tinham práticas distintas, que envolviam o uso de plantas e ervas. Os indígenas tinham também os pajés, que eram os curandeiros, certo? Os escravos, por sua vez, lançavam mão de amuletos e ervas, quer dizer, as tradições que eles traziam da África. Na época havia também os “práticos”, que eram pessoas que tratavam os pacientes da maneira que sabiam, por exemplo, com sangrias, ventosas, esse tipo de coisa. Esses “práticos” tinham como base o que se fazia na Europa na época e cobravam pelo tratamento que eles ofereciam. Doenças como a tuberculose ou até mesmo a pneumonia podiam ser devastadoras, não só porque os tratamentos eram limitados, como porque se não se podia pagar, não se tinha acesso a quase nada. Bem, quanto a estudos, no Brasil colônia não havia nenhuma faculdade, muito menos de Medicina, então quem quisesse estudar tinha que ir pra Coimbra. Obviamente, só os filhos dos senhores é que podiam ir estudar em Portugal. Então, eram poucos os que saíam pra estudar Medicina, por isso a população apelava mesmo pros curandeiros, pras rezas e tal. Havia os boticários, que eram os farmacêuticos da época, mas eles não tinham formação científica. Eles preparavam remédios com plantas que tinham propriedades terapêuticas. Bem, em 1543 abriu a primeira Santa Casa de Misericórdia em Santos, certo, e depois vieram outras. Mas se havia algum atendimento para os portugueses, não tinha nada para os escravos. Eles viviam em condições sub-humanas e isso favorecia epidemias. A varíola, por exemplo, era um problema muito sério entre as populações de escravos. Com a vinda da Família Real pro Brasil em 1808, e aí vocês se lembram das aulas de História, certo? Bem, com a vinda da Família Real, o Brasil passou a ser sede provisória do Império português. Dessa forma, D. João VI queria que houvesse mais serviços pra atender a corte e pro Império poder funcionar daqui, né? Mas aí aumentou a circulação de mercadorias e pessoas, o que era bom pra economia, com navios e mais gente transitando pelos portos brasileiros. Mas ainda sem serviços de saúde, sem fiscalização organizada, esse aumento de trânsito não era bom pra saúde da população em geral. Era necessário que as cidades tivessem uma organização mínima. Isso era fundamental pra que as epidemias fossem contidas. Aí eles criaram a Intendência Geral de Polícia, pra colocar ordem nas coisas, né, e criaram também a Provedoria de Saúde. A Provedoria era responsável pela inspeção e monitoramento dos portos e pelo saneamento básico. A Provedoria também cuidava do exercício profissional da medicina, ou seja, tentava inibir as atividades dos curandeiros e dos “práticos” para que a população não recorresse a esse tipo de tratamento. Mas ainda que houvesse essa tentativa de controle de doenças, houve muitas epidemias, como febre amarela, que foi muito séria. Houve também febre tifoide, varíola, sarampo. As epidemias de gripe também se repetiram. Até epidemia de peste houve, embora isso fosse mais tarde, já no começo da República. Mas voltando ao Brasil Império, o governo imperial pediu um plano para evitar o progresso da febre amarela, e então foi criada uma Comissão Central de Saúde Pública. Passou a haver também o atendimento gratuito aos pobres, inspeção sanitária e fiscalização do exercício da medicina. Essas medidas levaram à criação da Junta de Higiene Pública em 1850. A função da Junta era, em primeiro lugar, propor o que fosse necessário a fim de que as cidades tivessem melhores condições de saúde. Em segundo lugar, a Junta indicava medidas municipais a serem adotadas. Em terceiro, a Junta vistoriava os navios, as boticas, os mercados etc pra tentar combater o risco à saúde pública.  No entanto, por mais que a Junta cumprisse as suas funções, não conseguiu resolver os problemas de saúde pública da época, que afinal eram muitos, certo? A alta mortalidade acabou fazendo com que as companhias de navegação evitassem os portos brasileiros, o que afetava a economia. Por isso era importante que houvesse políticas de saúde pública para sanear os espaços de circulação de mercadorias. Assim, vemos que a organização sanitária estava ligada diretamente ao desenvolvimento econômico do Brasil. O que acontecia era que a política de saúde pública era voltada pra doença, quer dizer, pra prevenção da doença, e não necessariamente para promoção da saúde. A promoção da saúde é que realmente merecia atenção, mas há até bem pouco tempo, estamos falando aqui de final do século XX, o objetivo das nossas políticas de saúde pública era controlar as doenças com ações específicas. Porém, a saúde também pode estar associada ao tipo de alimentação e estilo de vida, certo? As pessoas que consomem regularmente comidas pesadas como feijoada, churrasco, acarajé, comidas fritas, essas coisas, certo, podem estar mais suscetíveis a certas doenças, especialmente se não se exercitam regularmente. Em algumas regiões é mais comum encontrar comidas mais leves, como peixes e hortaliças, mas isso não quer dizer que a atividade física não deva fazer parte do dia a dia. Em suma, a saúde é a soma de uma série de fatores diferentes, como alimentação, meio ambiente, cultura etc, e por isso uma política de saúde pública precisa levar tudo isso em consideração.

(Referência do roteiro do áudio: “Material didático pedagógico de educação profissional da Escola Técnica do SUS em Sergipe”, https://goo.gl/jHHaQc. Data de acesso: 26/2/2017).


Faixa 30

A promoção da saúde é que realmente merecia atenção, mas há até bem pouco tempo, estamos falando aqui de final do século XX, o objetivo das nossas políticas de saúde pública era controlar as doenças com ações específicas. Porém, a saúde também pode estar associada ao tipo de alimentação e estilo de vida, certo? As pessoas que consomem regularmente comidas pesadas como feijoada, churrasco, acarajé, comidas fritas, essas coisas, certo, podem estar mais suscetíveis a certas doenças, especialmente se não se exercitam regularmente. Em algumas regiões é mais comum encontrar comidas mais leves, como peixes e hortaliças, mas isso não quer dizer que a atividade física não deva fazer parte do dia a dia.


Faixa 31

A relação entre alimentação e saúde é conhecida há muito tempo. Para lembrar essa relação, o Ministério da Saúde brasileiro instituiu o Dia Nacional da Saúde e da Nutrição, comemorado todos os anos no dia 31 de março. A data pretende motivar a população a melhorar os hábitos alimentares, melhorando também, consequentemente, a saúde e o bem-estar. Os alimentos industrializados ganharam espaço entre os consumidores e hoje há milhares deles disponíveis. No entanto, eles contêm muitos aditivos. Basta olhar o pacote ou a caixinha para ver palavrinhas que não reconhecemos. Esses aditivos têm várias funções. Um salgadinho de milho é mais atraente se tem cheiro e sabor de presunto; a farinha tem antioxidantes para que possa durar mais; os molhos prontos contêm aditivos que realçam o sabor e estendem o prazo de validade. Seria difícil na vida moderna não comer nenhum produto industrializado, mas esses produtos devem ser consumidos em moderação e devem ser substituídos por opções naturais quando possível. Uma coalhada, por exemplo, é melhor do que um potinho de iogurte industrializado. Se você tem filhos, ofereça-lhes frutas em vez de doces em pacotes. O Dia Nacional da Saúde e da Nutrição lembra que é melhor consumir menos alimentos processados. Comemore o próximo 31 de março com uma nutrição mais natural. A sua saúde agradece.

Material adicional

Estilos de vida saudável (Serviço Nacional de Saúde—Portugal)
www.dgs.pt/paginas-de-sistema/saude-de-a-a-z/estilos-de-vida-saudavel.aspx
Data de acesso: 21/3/2019

Estilo de vida saudável (UNIFESP—Brasil)
www.saude.br/
Data de acesso: 21/3/2019

Saúde e Alimentação (Portal da Educação Torres Vedras—Portugal)
www.educacaotorresvedras.com/saude-e-alimentacao/192-saude-habitos-e-estilos-de-vida-saudaveis
Data de acesso: 21/3/2019

Tomar notas

Atividade 1

Ouça o áudio sobre estilo de vida e saúde e, usando uma folha ou um bloco de notas, tome nota dos pontos principais. Alguns dias mais tarde, leia as suas notas e rearticule o texto oralmente (gravando a sua fala) ou por escrito. Depois, ouça o áudio novamente e compare-o com o seu texto (gravado ou escrito): falta algum elemento importante? Há algum ponto diferente do que deveria ser? As notas poderiam ser melhoradas? Se sim, como?

Vocabulário relativo a alimentos

Atividade 1


Atividade 2

Ouça e repita.

  1. carboidratos
  2. laticínios
  3. óleos
  4. oleaginosas
  5. verduras
  6. Deve-se evitar carboidratos simples.
  7. Muitas pessoas não podem consumir laticínios.
  8. As nozes são exemplos de oleaginosas.
  9. As verduras são importantes para uma dieta saudável.

Atividade 3

Leia o texto em voz alta, gravando a sua leitura em áudio. Em seguida, verifique a sua pronúncia comparando a sua gravação ao áudio da atividade.

Muitas pessoas consideram que os carboidratos são os grandes vilões da alimentação. No entanto, os carboidratos complexos fornecem energia sem os prejuízos dos carboidratos simples. As oleaginosas também são evitadas por muitos. Porém, as castanhas e nozes in natura (ou seja, não processadas e sem aditivos) contêm fibras e outros nutrientes, não apenas gorduras. Portanto, essas oleaginosas podem ser um lanche bastante saudável.

Caracteres especiais

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Expressões com fazer

Atividade 1

Complete as lacunas usando uma expressão com o verbo fazer, usando as opções dadas. Siga o exemplo. Não se esqueça de conjugar o verbo fazer adequadamente.

comida

           

compras

         

exercício

         

faxina

             

hora

questão

          

um passeio

    

uma viagem

   

uma visita

Exemplo

Os meus colegas de trabalho são muito simpáticos. Eu estive no hospital só dois dias, mas eles me fizeram uma visita.


Atividade 2

Caracteres especiais

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Condicional

Atividade 1

Complete as lacunas usando o condicional dos verbos dados. Use cada verbo apenas uma vez.

dever

dizer

fazer

gostar

sentir

trazer


Atividade 2

Responda às perguntas usando verbos no condicional. Anote as suas respostas em um bloco de notas ou uma folha separada.

  1. O que você faria se não pudesse comer massa?
  2. Como você se prepararia para uma maratona?
  3. O que você faria para reduzir o estresse?
  4. Como você convenceria um ente querido a levar uma vida mais saudável?
  5. O bom humor poderia ajudá-lo/a a manter a boa saúde? Como?

Atividade 2: Respostas

As respostas vão variar. Algumas respostas possíveis são:

  1. Se eu não pudesse comer massa, eu comeria mais verduras e legumes. / Se eu não pudesse comer massa, eu ficaria triste. / Se eu não pudesse comer massa, eu substituiria a massa por outras coisas.
  2. Eu correria pelo menos 5 km todos os dias. / Eu seguiria sugestões de maratonistas famosos. / Eu teria hábitos mais saudáveis e treinaria todos os dias.
  3. Eu faria meditação. / Eu faria mais atividades físicas. / Eu me preocuparia menos com o trabalho. /
  4. Eu diria que a família e os amigos querem que ele/a fique bem. / Eu mostraria dados a respeito de estilos de vida saudáveis. / Eu conversaria com essa pessoa a respeito da saúde dela.
  5. O bom humor poderia me ajudar a manter a boa saúde diminuindo o estresse, ajudando a exercitar os músculos faciais e mantendo a pressão sanguínea estável.

Caracteres especiais

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Imperfeito do subjuntivo

Atividade 1

Escolha a melhor opção para completar cada frase sobre Carlos Chagas, cientista brasileiro que descobriu a doença de Chagas.


Atividade 2

Comida rápida

Atividade 1

Leia o texto sobre comida rápida no mundo lusófono. Em seguida, responda às perguntas. Anote as suas respostas em um bloco de notas ou em uma folha separada.

No Brasil, a subcategoria de comida rápida é a que mais cresce no mercado de alimentação fora de casa. Empresas brasileiras e estrangeiras investem cada vez mais nesse setor da economia. Em 2016, o setor cresceu em 11% no Brasil. Os outros países lusófonos também veem um crescimento do setor, com companhias multinacionais investindo em Portugal, Angola, Moçambique e Cabo Verde. A conveniência e o preço acessível são atraentes, especialmente em grandes centros urbanos. O drive-thru é cada vez mais comum também. Além de comida rápida, no Brasil pode-se comprar produtos de padaria e de supermercado em drive-thru. As franquias de drive-thru têm tido êxito e o investimento nesse setor deve continuar estável.

  1. Realize uma busca na internet e determine que empresas de comida rápida são mais comuns nos países lusófonos. Na sua opinião, o que explica a popularidade desses restaurantes?
  2. Você utiliza algum tipo de drive-thru? Se sim, que tipo?
  3. Na sua opinião, que tipos de drive-thru poderiam existir que ainda não existem? Você acha que esses produtos ou serviços seriam bem recebidos? Por quê?

Atividade 1 Respostas

  1. As respostas vão variar. As respostas devem incluir algumas empresas de comida rápida e pelo menos um motivo para a popularidade desse tipo de restaurante.
  2. As respostas vão variar. Algumas respostas possíveis incluem drive-thru de comida, de farmácia, de banco, de lavar carro.
  3. As respostas vão variar. As respostas devem incluir tipos de drive-thru que ainda não existem (como, por exemplo, aulas, cortes de cabelo ou serviços de manicure), e opiniões e justificativas sobre se os serviços ou produtos teriam boa receptividade.